Fabian Perez |
Além, como um rei enamorado, o verão está carregado de
ansiedade e de um vazio inútil. Há gente adolescente na
frescura cansada dos meus olhos. Gente de invisível felicidade,
repetindo as palavras dos outros, indiferente aos naufrágios
que ocorrem nos rochedos da alma.
Acordo e sinto-me
estrangeiro, um hóspede, um passageiro
que viajou sempre para ti. Vivo entre ser pássaro e lugar.
Os trabalhos da paixão são imerecida alegria de uns versos
que buscam outra vida, outra espécie de vida paralela à
carne. O meu amor está cheio de perguntas e de pássaros
que não aprenderam a voar, correndo pelo vento da tarde,
por um chão de caminhos sinuosos.
Agora é tempo de perguntar por mim.
Joaquim Pessoa