Mostrando postagens com marcador William Butler Yeats. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador William Butler Yeats. Mostrar todas as postagens

domingo, 14 de dezembro de 2014

 Willem Haenraets

Não dês o coração nunca por inteiro, porque o amor
se for certo não interessa às mulheres,
nem elas sonham que o mesmo se vai
de beijo em beijo;
pois tudo o que é do amor
é deleite, amável, fugaz e fantástico.
Não dês o coração nunca sem reserva,
já que elas jogaram o delas,
digam seus lábios o que disserem.
E quem saberia do jogo o bastante
estando surdo e mudo e cego de amor?
Quem isto escreve sabe bem o que custa,
posto que deu o coração por inteiro
e perdeu.

William Butler Yeats

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

To a child dancing in the wind



DANCE there upon the shore;
What need have you to care
For wind or water's roar?
And tumble out your hair
That the salt drops have wet;
Being young you have not known
The fool's triumph, nor yet
Love lost as soon as won,
Nor the best labourer dead
And all the sheaves to bind.
What need have you to dread
The monstrous crying of wind?


William Butler Yeats

domingo, 15 de janeiro de 2012

Dança aí junto ao mar...




Dança aí junto ao mar;

Que te importa

O rugido da água, o

rugido do vento?

Sacode a tua cabeleira

Molhada de gotas de
sal;



Tu que és tão jovem ignoras

O triunfo do néscio, não sabes

Que o amor mal se ganha e logo se

perde,

Nem viste morrer o melhor operário

E todos os feixes por atar.

Por que hás-de temer

O terrível clamor dos ventos?



William  Butler Yeats

terça-feira, 24 de maio de 2011

A Máscara

maskerade, Öl auf Schöllerhammer

«Tira essa máscara de ouro ardente
E olhos de esmeralda.»
«Oh não, meu amor, atreves-te demasiado
A ver se um coração é selvagem e sábio,
Sem ser frio.»

«Só quero ver o que houver para ver,
O amor ou o engano.»
«Foi a máscara o que ocupou a tua mente,
E fez bater o teu coração,
Não o que está por detrás.»

«Mas a não ser que sejas minha inimiga
Devo inquirir.»
«Oh não, meu amor, deixa tudo ser como é;
Que importa, se entretanto houver fogo
Em ti e em mim?»

William Butler Yeats


sábado, 30 de abril de 2011

A rosa do mundo



Quem sonhou que a beleza passa como um sonho?
Por estes lábios vermelhos, com todo o seu magoado orgulho,
Tão magoados que nem o prodígio os pode alcançar,
Tróia desvaneceu-se em alta chama fúnebre,
E morreram os filhos de Usna.

Nós passamos e passa o trabalho do mundo:
Entre humanas almas que se agitam e quebram
Como as pálidas águas e seu fluxo invernal,
Sob as estrelas que passam, sob a espuma do céu,
Vive este solitário rosto.

Inclinai-vos, arcanjos, em vossa incerta morada:
Antes de vós, ou de qualquer palpitante coração,
Fatigado e gentil alguém esperava junto ao seu trono;
Ele fez do mundo um caminho de erva
Para os seus errantes pés.

William Butler Yeats

terça-feira, 15 de março de 2011

Antonio Tordesillas


Quando já fores velha, e grisalha, e com sono,
Pega este livro: junto ao fogo, a cabecear,
Lê com calma; e com os olhos de profundas sombras
Sonha, sonha com o teu antigo e suave olhar.

Muitos amaram-te horas de alegria e graça,
com amor sincero ou falso amaram-te a beleza;
Só um, amando-te a alma peregrina em ti,
De teu rosto a mudar amou cada tristeza.

E curvando-te junto à grade incandescente,
Murmura com amargura como o amor fugiu
E caminhou montanha acima, a subir sempre,
E o rosto em multidão de estrelas encobriu.

William B. Yeats 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Moça Enlouquecida

by  Nicholas Kalmakoff

Aquela moça enlouquecida,
Improvisando a sua música e poesia,
Dançando em meio à praia; a alma apartada de si mesma,
A subir e descer aonde a moça não sabia;
A esconder em meio à carga de um vapor
A rótula quebrada,
Eu proclamo essa moça algo de belo e alto, ou algo
Perdido heroicamente, achado heroicamente.
Pouco importa o acidente que ocorreu,
Ela envolvia-se em desesperada música,
Ela envolvia-se, envolvia-se,
E não ergueu seu triunfo,
Onde os fardos e cestos repousavam,
Som que fosse trivial e inteligível,
porém cantou: “Mar esfomeado, ó mar famélico de mar”.
(Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)

A Crazed Girl

That crazed girl improvising her music,
Her poetry, dancing upon the shore,
Her soul in division from itself
Climbing, falling she knew not where,
Hiding amid the cargo of asteamship
Her knee-cap broken, that girl I declare
A beautiful lofty thing, or a thing
Heroically lost, heroically found.
No matter what disaster occurred
She stood in desperate music wound
Wound, wound, and she made in her triumph
Where the bales and the baskets lay
No common intelligible sound
But sang, ‘O sea-starved hungry sea.’

William Butler Yeats

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

The Secret Rose



Far-off, most secret, and inviolate Rose,
Enfold me in my hour of hours; where those
Who sought thee in the Holy Sepulchre,
Or in the wine-vat, dwell beyond the stir
And tumult of defeated dreams; and deep
Among pale eyelids, heavy with the sleep
Men have named beauty. Thy great leaves enfold
The ancient beards, the helms of ruby and gold
Of the crowned Magi; and the king whose eyes
Saw the Pierced Hands and Rood of elder rise
In Druid vapour and make the torches dim;
Till vain frenzy woke and he died; and him
Who met Fand walking among flaming dew
By a grey shore where the wind never blew,
And lost the world and Emer for a kiss;
And him who drove the gods out of their liss,
And till a hundred morns had flowered red
Feasted, and wept the barrows of his dead;
And the proud dreaming king who flung the crown
And sorrow away, and calling bard and clown
Dwelt among wine-stained wanderers in deep woods;
And him who sold tillage, and house, and goods,
And sought through lands and islands numberless years,
Until he found, with laughter and with tears,
A woman of so shining loveliness
That men threshed corn at midnight by a tress,
A little stolen tress. I, too, await
The hour of thy great wind of love and hate.
When shall the stars be blown about the sky,
Like the sparks blown out of a smithy, and die?
Surely thine hour has come, thy great wind blows,
Far-off, most secret, and inviolate Rose?


William Butler Yeats

sexta-feira, 30 de julho de 2010


Prende os teus cabelos num alfinete de ouro,
E prende cada trança vagabunda;
Pedi ao meu coração para fazer estes pobres versos;
Neles trabalhou, dia após dia,
Edificando de antigas batalhas
Uma dolente formusura.

Basta levantares a tua mão nacarada
E prenderes os teus cabelos longos e suspirares,
para que o coração dos homens arda e palpite;
E a espuma como uma vela sobre a areia opaca,
E as estrelas que trepam do céu de orvalho,
Só vivam para iluminar os teus pés que passam.


W. B. Yeats

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

When You are old


When you are old and gray and full of sleep
And nodding by the fire, take down this book,
And slowly read, and dream of the soft look
Your eyes had once, and of their shadows deep;

How many loved your moments of glad grace,
And loved your beauty with love false or true;
But one man loved the pilgrim soul in you,
And loved the sorrows of your changing face.

And bending down beside the glowing bars,
Murmur, a little sadly, how love fled
And paced upon the mountains overhead,
And hid his face amid a crowd of stars.

William Butler Yeats. b. 1865

Quando fores velha

Quando já fores velha, e grisalha, e com sono,
Pega este livro: junto ao fogo, a cabecear,
Lê com calma; e com os olhos de profundas sombras
Sonha, sonha com o teu antigo e suave olhar.

Muitos amaram-te horas de alegria e graça,
com amor sincero ou falso amaram-te a beleza;
Só um, amando-te a alma peregrina em ti,
De teu rosto a mudar amou cada tristeza.

E curvando-te junto à grade incandescente,
Murmura com amargura como o amor fugiu
E caminhou montanha acima, a subir sempre,
E o rosto em multidão de estrelas encobriu.

William B. Yeats
(tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008



Como posso, com aquela moça parada ali,
Fixar a atenção
Na política russa
Ou espanhola ou romana?
No entanto, aqui está um homem viajado
Que sabe o que diz
E ali um político
Que leu e meditou
E é possível que seja verdade
O que dizem da guerra e seus percalços.
Mas ah, eu queria ser jovem de novo
E estreitar a moça em meus braços!

 William Butler Yeats
trad. Jorge Wanderley