Mostrando postagens com marcador Emily Dickinson. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Emily Dickinson. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 14 de junho de 2024


 O Silêncio é o que tememos.
Há um Resgate na Voz –
Mas Silêncio é Infinidade.
Não tem sequer uma Face.

Emily Dickinson

segunda-feira, 3 de novembro de 2014


If you were coming in the fall,
I'd brush the summer by
With half a smile and half a spurn,
As housewives do a fly.
If I could see you in a year,
I'd wind the months in balls,
And put them each in separate drawers,
Until their time befalls.

If only centuries delayed,
I'd count them on my hand,
Subtracting till my fingers dropped
Into Van Diemens land.

If certain, when this life was out,
That yours and mine should be,
I'd toss it yonder like a rind,
And taste eternity.

But now, all ignorant of the length
Of time's uncertain wing,
It goads me, like the goblin bee,
That will not state its sting.

Emily Dickinson

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

He touched me


He touched me, so I live to know
That such a day, permitted so,
I groped upon his breast.
It was a boundless place to me,
And silenced, as the awful sea
Puts minor streams to rest.

And now, I 'm different from before,
As if I breathed superior air,
Or brushed a royal gown;
My feet, too, that had wandered so,
My gypsy face transfigured now
To tenderer renown.


Emily Dickinson

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Heart, we will forget him

Maria Szollosi


Heart, we will forget him,
You and I, tonight!
You must forget the warmth he gave,
I will forget the light.

When you have done pray tell me,
Then I, my thoughts, will dim.
Haste! ‘lest while you’re lagging
I may remember him!


 Emily Dickinson

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sebastian Jespersen


À noite, como deve sentir-se solitário o vento
Quando todos apagam a luz
E quem possui um abrigo
Fecha a janela e vai dormir.

Ao meio-dia, como deve sentir-se impotente o vento
Ao pisar em incorpórea música,
Corrigindo erros do firmamento
E limpando a cena.

Pela manhã, como deve sentir-se poderoso o vento
Ao se deter em mil auroras,
Desposando cada um, rejeitando todas
E voando para seu esguio templo, depois.


Emily Dickinson

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

stas gordienko



Wild nights! Wild nights!
Were I with thee,
Wild nights should be
Our luxury!

Futile the winds      
To a heart in port,
Done with the compass,
Done with the chart.

Rowing in Eden!
Ah! the sea!      
Might I but moor
To-night in thee!

***

  Noites loucas! Noites loucas!
Sozinha contigo
Tais noites seriam
O nosso aconchego!

Inócuos – os Ventos –
Dentro do porto –
Fora a Bitácula –
Fora com os Mapas!

Remando no Éden –
Ah! O mar!
Se esta Noite – em Ti –
Eu pudesse ancorar!


Emily Dickinson

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

,




I'm Nobody!  Who are you?
Are you - Nobody - Too?
Then there's a pair of us!
Don't tell!  they'd advertise - you know!

How dreary - to be - Somebody!
How public - like a Frog -
To tell one's name - the livelong June -
To an admiring Bog!


***

  Eu sou Ninguém! E tu quem és?
Também tu és – Ninguém?
Então somos dois? Não digas nada!
Haviam de apregoar – sabes!

Como é aborrecido – ser – Alguém!
Como é púlico – qual rã –
Dizer-se o nome – Junho fora –
A um Charco admirador!


Emily Dickinson
Trad. Jorge de Sena

terça-feira, 21 de agosto de 2012

VS Photography



I lost a World - the other day!
  Has Anybody found?
  You'll know it by the Row of Stars
  Around its forehead bound.

  A Rich man -- might not notice it -
  Yet - to my frugal Eye,
  Of more Esteem than Ducats -
  Oh find it - Sir - for me!

***

  Um Mundo perdi – há dias!
Será que Alguém o encontrou?
Por Um Diadema de Estrelas,
Se conhece onde ficou.

Um Rico – nel’ não repara –
Mas é de tanto Valor
Para os meus Olhos frugais –
Procurai-mo – por favor!


Emily Dickinson

domingo, 12 de agosto de 2012

Klaus Goffelmeyer



How slow the Wind –
how slow the sea –
how late their Fathers be!

***

  Quão lento o Vento –
Quão lento o Mar –
Quão tardas suas penas em voar!


Emily Dickinson

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lena Fed



I had no time to Hate -
  Because
  The Grave would hinder Me -
  And Life was not so
  Ample I
  Could finish - Enmity -

  Nor had I time to Love -
  But since
  Some Industry must be -
  The little Toil of Love -
  I thought
  Be large enough for Me -

***

  Para o Ódio nunca tive –
Tempo –
pois que a Morte espreita –
E a vida nunca foi
tanta
Que uma Aversão se acabasse.

Nem tempo tive de Amar –
Ocupar-me
Era preciso –
Do amor o simples Trabalho –
Como achei –
Que Me bastava.


Emily Dickinson

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Boris Geer


A sepal, petal, and a thorn
Upon a common summer's morn -
A flask of Dew - A Bee or two -
A Breeze - a caper in the trees -
And I'm a Rose!

  Sépala, pétala, espinho.
Na vulgar manhã de Verão –
Brilho de orvalho – uma abelha ou duas –
Brisa saltando nas árvores –
- E sou uma rosa!


Emily  Dickinson

sábado, 7 de julho de 2012

Our Share Of Night To Bear



Our share of night to bear,
Our share of morning,
Our blank in bliss to fill,
Our blank in scorning.
Here a star, and there a star,
Some lose their way.
Here a mist, and there a mist,
Afterwards — day!


Emily Dickinson

***


Nosso quinhão de noite aceitar,
Nosso quinhão de amanhecer;
Nosso vazio, de júbilo ocupar,
ou do vazio escarnecer.

Uma estrelinha aqui, outra acolá,
um ou outro se extravia;
A cerração, ora aqui, ora acolá -
Depois - O Dia.

terça-feira, 3 de julho de 2012





Bloom - is Result - to meet a Flower
And casually glance
Would scarcely cause one to suspect
The minor Circumstance

Assisting in the Bright Affair
So intricately done
Then offered as a Butterfly
To the Meridian -

To pack the Bud - oppose the Worm -
Obtain its right of Dew -
Adjust the Heat - elude the Wind -
Escape the prowling Bee

Great Nature not to disappoint
Awaiting Her that Day -
To be a Flower, is profound
Responsibility -


Emily Dickinson

***

  Florescer – é Resultar – quem encontra uma flor
E a olha descuidadamente
Mal pode imaginar
O pequeno Pormenor

Que ajudou ao Incidente
Brilhante e complicado,
E depois oferecido, tal Borboleta,
Ao Meridiano –

Encher o Botão – opor-se ao Verme –
Obter o que de Orvalho tem direito –
Regular o Calor – escapar ao Vento –
Evitar a abelha que anda à espreita,

Não decepcionar a Grande Natureza
Que A espera nesse Dia –
Ser Flor é uma profunda
Responsabilidade -

sábado, 14 de abril de 2012

Os Instantes Superiores da Alma

AmandaCom



Os instantes Superiores da Alma
Acontecem-lhe - na solidão -
Quando o amigo - e a ocasião Terrena
Se retiram para muito longe -

Ou quando - Ela Própria - subiu
A um plano tão alto
Para Reconhecer menos
Do que a sua Omnipotência -

Essa Abolição Mortal
É rara - mas tão bela
Como Aparição - sujeita
A um Ar Absoluto -

Revelação da Eternidade
Aos seus favoritos - bem poucos -
A Gigantesca substância
Da Imortalidade


Emily Dickinson

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Beleza e Verdade

Frank Markham Skipworth


Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade,
Era depositado no carneiro próximo.
Perguntou-me baixinho o que me matara.
– A beleza, respondi.
– A mim, a verdade, – é a mesma coisa,
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.


Emily Dickinson
Trad. Manuel Bandeira

terça-feira, 6 de dezembro de 2011



a word is dead
when it is said,
some say.

I say it just
begins to live
that day.


Emily Dickinson

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um livro de horas

Hora do Ofertório


Isto é tudo que tenho para oferecer.
Isto, e meu coração também.
Isto, meu coração, o campo, e além.
Toda a campina selvagem.
Trate de contar - se eu esquecer.
A soma alguém deve saber -
Isto, e meu coração, e as abelhas todas
Que vivem na folhagem.


Hora Pequenina


Ninguém conheceria esta rosa pequenina,
Talvez uma peregrina,
Não fosse eu apanhá-la no caminho
Para te oferecer.
Só uma abelha terá saudade.
Só uma borboleta, bailarina,
A procurar um colo pela tarde.
Só um pássaro atento,
Só um suspiro do vento.
Ah, rosa pequenina, tão fácil sina,
Alguém como você morrer!


Hora do Enigma


Algumas coisas que voam:
Pássaro, abelha, hora.
Não canto nenhuma agora.
Algumas coisas que ficam:
Dor, montanha, eternidade.
Não tenho necessidade.
Mas outras que ficam, voam.
Os céus eu posso explicar?
Imóvel - o enigma no ar!


Hora Sem Luz


Existe mesmo o amanhã?
Há alguma coisa como o dia?
Se eu fosse alta como a montanha
Mais além a enxergaria?
Terá pé feito açucenas?
Como um pássaro, terá penas?
Vem de um famoso lugar
De que eu nunca ouvi falar?
Marinheiro!
Estudante!
Grande sábio de algum clã!
Alguém conte à pequena viajante
Onde fica o lugar chamado amanhã.


Hora da Tristeza Sem Razão


A abelha - de mim - não tem medo,
A borboleta eu conheço.
A gente toda da mata
Se alegra quando apareço.
Os rios riem mais alto assim que eu chego.
E brinca a brisa mais louca então.
Ai meus olhos, por que tua névoa prata?
Por que, ô dia de verão?


Hora de Suportar


Nossa porção de noite suportar,
Nossa porção de amanhecer também.
Nosso vazio, com êxtase ocupar.
Ou ao nosso vazio, o desdém.
Uma estrela aqui, outra ali.
Alguma se extravia.
Aqui névoa, névoa além,
Depois, dia!


Hora da Dor


Água, é a sede que ensina.
Terra, a travessia do mar.
Êxtase, a agonia.
Paz, o guerrear.
Amor, o retrato eterno,
Pássaros, o inverno.


Hora do Amor


Vem devagar, Jardim!
A boca desacostumada,
Ruborizada, bebe jasmim
Feito abelha embriagada.
Que a flor alcança tarde,
Ao redor do quarto arde,
Néctar, néctar - roga.
Entra, e em bálsamo se afoga.


Hora da Paixão


Diminutos rios - dóceis a algum mar azul.
Meu Cáspio - tu.


Hora do Cuidado


Tinha nos dedos um anel
E fui dormir.
O dia quente, o vento ao léu.
Pensei: - Não vai sumir.
Acordo, e meus dedos honestos desdenho.
A jóia, perdi de vista.
Agora, tudo que tenho
É uma saudade ametista.


Hora desta Carta


Todas as cartas que eu escrever
Não serão bonitas assim:
Sílabas de veludo,
Frases de cetim,
Abismos de rubi, submersos.
Impossíveis, ô lábio, para ti.
Faz de conta ser um colibri
Que sorveu a mim.

Hora Em que me Chamarem de Louca


Muita loucura é sabedoria divina
Para um olho inteligente.
Muita sabedoria, pura loucura.
Mas, como sempre,
A maioria domina:
Se você concorda, é boa gente.
Se nega, um perigoso sem cura.
Melhor prender com corrente.


Hora de Saber de Deus


O pensamento é maior que o céu.
Coloque lado a lado os dois:
O céu cabe no pensamento,
E ainda cabe você depois.
Mais do que o mar, o pensamento é profundo.
Azul mais azul pode abarcar.
O pensamento sorve o mar em um segundo,
Como a esponja sorve a gota que entornar.
Tem o peso de Deus o pensamento,
Grama a grama, lá e cá.
Se for diferente - esteja atento -
Como sílaba o som será.


Hora Sem Remédio


Dizem: - Com o tempo passa.
Mas não passa, na verdade.
Sofrimentos enrijecem como tendões, com a idade.
Tempo testa o sofrimento,
Mas não é o seu remédio.
Se passa ao passar do tempo,
Não havia enfermidade.


Hora em que Tudo Parece sem Sentido


Seu eu aparar, antes que quebre, um coração.
Minha vida não foi em vão.
Se a uma dor oferecer um vinho
Se assoprar uma ferida,
Se ajudar um passarinho
Que caiu de volta ao ninho,
Não foi em vão minha vida.


Hora Preciosa


A natureza quase não usa amarelo,
Sempre escolhe outro matiz.
Guarda essa cor para o pôr-do-sol
E desperdiça anis.
Carmim, gasta feito mulher,
Mas sonega o amarelo.
Precioso e raro o quer
Como a palavra - elo.


Hora da Alegria


Alegria é um vento
Que nos levanta do piso
E nos deixa em outra parte,
Um lugar em desaviso.
Não traz de volta, voltamos,
Sóbrios, depois de um tempo.
Novatos para uma tarde
Na terra do encantamento.


Hora da Verdade


Fale a verdade toda, mas fale de viés.
No rodeio está o sucesso.
Para nossa frágil felicidade,
A surpresa da verdade brilha em excesso.
Como o raio que, por bondade,
Alguém explica à criança que se assusta,
Deve brilhar pouco a pouco a verdade,
Ou todos seremos cegos à sua custa.


Hora da Falta


Se não tivesse visto o sol
A sombra eu suportaria.
Mas essa luz fez do meu deserto
Um deserto que antes não conhecia.


Hora do Temor


Silêncio é tudo que tememos.
Na voz há resgate.
Mas silêncio é infinidade.
Não tem face.


Hora da Esperança


Sem saber quando virá o amanhecer
Eu abro todas as portas.
Terá asas como um pássaro,
Ondulará como as encostas?


Hora do Coração na Mão


O Paraíso é tão longe
Quanto o quanto mais perto
Se nesse quarto se aguarda
Felicidade ou deserto.
Forte é o coração
Que suporta
O estalido
De um passo na porta.


Hora da Promessa


Moço de Atenas, seja fiel apenas
A você
E ao mistério.
Outro alento é falso juramento.


Hora de Esquecer


Coração, vamos esquecê-lo!
Você e eu, nesta tarde!
Esqueça o calor que ele deu,
Que esqueço a luminosidade.
Quando acabar, avise, por favor,
Para que eu apague o pensamento!
Rápido! Enquanto você pulsar,
Vou lembrar mais um momento.


Emily Dickinson


Seleção e tradução de Angela Lago
Editora Scipione, 2008

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

“A Book”



There is no frigate like a book
To take us lands away,
Nor any coursers like a page
Of prancing poetry.
This traverse may the poorest take
Without oppress of toll;
How frugal is the chariot
That bears a human soul!

Emily Dickinson

sábado, 29 de maio de 2010

Dima Dmitrie



É mais fácil encontrar
Um amigo que é sombra para os dias quentes,
Do que algum outro, caloroso,
Para as horas frias da mente.

Voltado um tanto para o leste, o catavento
Põe em fuga as almas de musselina;
E se mais firmes são os corações de seda
Do que os feitos de organdi,

A quem culpar? Ao tecelão?
Ó os enganadores fios!
No paraíso, as alfombras
Têm urdidura invisível.


 Emily Dickinson

domingo, 20 de setembro de 2009

Cemitério


 Martyr in the Catacombs (1886) Jules Cyrille Cavé (1859-1946).


Este pó foram damas, cavalheiros,
Rapazes e meninas;
Foi riso, foi espírito e suspiro,
Vestidos, tranças finas.
Este lugar foram jardins que abelhas
E flores alegraram.
Findo o verão, findava o seu destino…
E como estes, passaram.


Emily Dickinson