terça-feira, 19 de abril de 2022

Despedida



Eis o carro.

 Troquei o último franco.

– Que horas parte o trem para Marselha? –

Paris

 corre ao meu lado

 enquanto arranco,

com toda

 a graça incrível

 que revela.

Acode,

 adeus viscoso,

 aos olhos vis,

inunda

 o coração

 de pieguice!

Viria aqui

 viver-morrer,

 Paris,

se um tal lugar

 – Moscou –

 não existisse.


  VLADÍMIR MAIAKÓVSKI, 1925