com a lua grávida e as mãos cheias de ternura.
assomou à porta descalço.
os dedos em órbita denunciando a vertigem.
ela chegou no fim do poema.
ele disse morria nas vírgulas do teu cabelo.
ela não ouviu o resto. pensou que era o vento.
costuma morrer na pontuação. mas não era.
não a viu. anoitecia-lhe já o corpo.
cinco meses. e um dia. depois. amanheceu.
Alice Macedo Campos