Este bar vai fechar;
está tão vazio
e maravilhosamente calado,
tão bom para a gente
beber e pensar
em tarde de chuva
e chegada de moça
que não chegará;
tão cheio de moscas
e garçons a bocejar
que a gente pressente
não mais beberá
(com moça ou sem moça)
outra vez, outra tarde,
neste mesmo bar.
Alberto da Cunha Melo
De Poemas à Mão Livre (1981)