Goyo Dominguez |
Nasceste de uma costela adolescente que retirei do meu poema.
Guardo de ti, fêmea, um mapa e uma bússola. Um espírito e uma
ideia, uma rara experiência com a verdade. Numa viagem inexis-
tente, num jogo de sedução, encontraram-se os demónios a dis-
cutir depois da chuva. Dores, só as benevolentes, com a ternura
aos pedaços.
No último delírio do inverno, hei-de ver acender-se um fogo quan-
do se pintar um pássaro no céu. Então, bem o sabes, voltarei pa-
ra te levar para o templo dos anjos improváveis, as criaturas que
não sabem voar e que se esqueceram já do paraíso.
Joaquim Pessoa