domingo, 14 de setembro de 2014

A Esfinge




Revesti-me de mistério
Por ser frágil,
Pois bem sei que decifrar-me
É destruir-me

No fundo não me importa
O enigma que proponho.

Por ser mulher e pássaro
E leoa,
Tendo forjado em aço
Minhas garras,
É que se espantam
E se apavoram.


Não me exalto.
Sei que virá o dia das respostas
E profetizo-me clara e desarmada.


E por saber que a morte
É a última chave,
Adivinho-me nas vítimas
Que estraçalho.


Myriam Fraga