quarta-feira, 17 de julho de 2013

O fado, a sorte, a sina

Christiane Vleugels


que seja o teu querer
a exata medida do meu:
somente amanhecer
por saber que o gosto de nós
ainda nos cobre por lençol
e que todas as palavras
com todas as suas curvas
jamais descreveriam
as minhas nas tuas 
O instante é tudo. O tempo é nada. 
Mais perto é, se volto um passo. 
É tudo curva. É tudo escada. 
Tudo o que sei é erro crasso.
Na minha cara deslavada, 
Toda a verdade é a que disfarço. 
Não posso a hora já passada. 
O instante segue e já não passo.
Reluto em mim esse arremedo, 
ora revolto e ora a medo, 
e o meio-termo me domina.
Tudo, a princípio, já traçado: 
Em toda parte e em todo lado, 
é esse o fado, a sorte, a sina.


Antoniel Campos