quarta-feira, 24 de julho de 2013

Necessidade do corpo



Nenhum pecado desertou de mim. 
Ainda assim eu devo estar nimbada, 
porque um amor me expande. 
Como quando na infância 
eu contava até cinco para enxotar fantasmas, 
beijo por cinco vezes minha mão. 
Este é meu corpo, corpo que me foi dado 
para Deus saciar sua natureza onívora. 
Tomai e comei sem medo,
na fímbria do amor mais tosco 
meu pobre corpo 
é feito corpo de Deus.


Adélia Prado