Cheguei àquele ponto que não posso mais fingir que a porta não está diante do meu nariz, o anseio de me libertar é maior, então eu preciso abri-la, preciso deixar de lado toda a ingenuidade que eu finjo não ter, toda imaturidade, e preciso atravessar e ver que não podemos maquiar as coisas para que nos pareçam menos terríveis e mais ajustadas.
Pode ser que não existam respostas corretas, mas com certeza existem as perguntas certas! E esta é aquela que se faz impossível não ver a realidade da vida (da sua) escancarada. O que eu sei de mim que preferia não saber? O que tem atrás da porta? O que de mim preciso deixar morrer e o que preciso resgatar?
Como eu disse, não tenho a resposta (ainda) e isto não importa, o importante é que, enfim, eu estou a atravessar a minha porta. Posso não saber o caminho que farei, mas saber onde quero chegar já é metade do caminho.
É impossível esperar que alguém me compreenda sem antes eu me compreender. Sinto que vai ser uma viagem e tanto!"
Clarissa Pinkola Estés
Mulheres que correm com os lobos