Tornar a mim e recuperar a inquietação
Reter no peito as mechas bruxuleantes da aurora
Depois correr apanhando o futuro
acariciando o bojo da manhã:
fosse ontem.
Desalinhar os ninhos de bem-querenças
Abraçando as horas alçando mãos ao amigo
Enganar o arco-íris
Roçar as coxas em tropel e vasculhar sussurros
Dedilhar carinhos
Destapar a moradia das nuvens.
Tecer insetos, remoer assombros urdindo peitos
Escorar sorrisos em cercas ilesas
Ordenhar giralua feito brumas de cantigas
escorridas em devaneios
e cansar em beijos.
Resgatar a brisa, contendo-a em sacos de fé
e chegar-se ao rosto da terra
e soltá-la, disparando ao regaço dos homens.
Crescer sem correria do amanhã
Desenterrado de ausências e nada invejar
Silenciar o fel dos punhos
Inaugurar cismas.
Ultrapassar o vento:
escapasse.
Whisner Fraga