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Ele lihuai, 1961-Chongqing, China |
Dá medo...
Das incertezas do dia seguinte
Do viver sem sentido, sem razão
Da monotonia das noites vazias
Sem esperança ou motivação
Dá medo...
De perder as palavras totalmente
E romantismo nelas não mais haver
Dos pensamentos não te alcançarem
E dos meus olhos, você esquecer
Dá medo...
De não achar refúgio nas tempestades
E nas revoltas ondas do mar dolente
Sofrer a angústia torpe de perceber
O frio cortante no seu olhar ausente
Dá medo...
De sufocado e envolvido pela culpa
O amor ser varrido totalmente
E nossos sonhos serem todos banidos
E levados de nós pelo vento quente
Dá medo...
De nossas almas fadadas ao exílio
Em cem mil dias de solidão
De lágrimas vertidas, inutilmente.
De sentir frio e vazio o coração.
Dá medo...
De no limiar da minha vida concluir
Que o anoitecer esperado foi esquecido
Que a porta sempre aberta não existiu
De nas suas madrugadas, eu nunca ter existido!
Dá medo sim!
Glória Salles