O ônibus que nunca pensei pegar
não me levou pra rua que desconheço
ao encontro de um corpo que não se abriu
pra mim como a memória de uma ferida
uma avenida larga que não me rasga
e nem vai dar na praça dos meus delírios
não me sufoquei com a luz da fenda
funda de algum sorriso sobre o meu corpo
jamais embriagado de gratidão
crepúsculo de um prazer vertiginoso
em que não me perdi distante não vi
o amor me esperando na aurora ninguém
me ouviu no escuro nunca fui tão feliz.
Leoni