Daniel Gerhartz |
Somos do mar e ao mar regressaremos
quando passarem todos esses anos.
Nossas mãos são vestígios desses remos
de argonautas de antigos oceanos.
Somos do mar, das conchas, dos sargaços.
O mar nos rememora e nos inventa.
Ao mar estão ligados nossos braços
como se fossem restos de placenta.
Somos do mar, dos ventos, das procelas
dos bons augúrios, dos momentos maus.
Nossos corpos são mastros ou são velas
singrando as rotas de perdidas naus.
Somos do mar e ao mar, que nos inventa,
nos ligam seios, restos de placenta.
Francisco Carvalho