segunda-feira, 9 de junho de 2014

Sílaba a sílaba



Eis sílaba a sílaba de uma cor perversa
o tempo quase nu para levar à boca.

Como se fora minha a respiração do trevo
alcanço a linha de água.

Habito onde o ar dói
as próprias mãos acesas.


Eugénio de Andrade
In Véspera da Água, 1973