sexta-feira, 30 de maio de 2014

A lonjura do poema

Arturo Samaniego


A desmesura do corpo
a lonjura do poema

A largura do mar alto
em carta
de rota e pena

A luxúria da memória
a saudade do perdido
feito de nós e de olvido

De se escrever português
em páginas
de verso e vidro

No seu trabalho
e resguardo
de passado e de sigilo

Feito de língua
materna
leite de peito despido

De cantares e do contar
em versos
de linho e livro

Com palavras de poetas
de cristal e aventura
imagens e descobertas

De rimar e de remar
num oceano de perigo


Maria Teresa Horta - (21 de Março de 2014)