segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Segredo

 Pat Erickson

                                    
É este o meu segredo -
fechar-me, calar-me, adormecer espantosamente.


Sem mover os dedos,
sem abrir os lábios,
irei devagar, mais tarde, à hora do sol que se
apaga,
à beira de um rio negro,
quando o coração pára.
Serei apenas um homem sem nome,
caminhando ao acaso, pelas ruas de uma cidade
que devora a sua luz.

Não quero ser mais nada.
Sou a estátua cega, sou de dentro, e por dentro
me perdi.


José Agostinho Baptista, Quatro Luas