Aleksandr Pecherskiy |
Muitas vezes esgotando o meu destino
Com o olhar em pranto
E o coração pungente como um dobrar de sino,
Ouço ruídos seculares que unem como um canto,
Crescendo de intensidade,
Mergulhando os meus sentidos
Na maior profundidade!
Muitas vezes, considerando a vida
Com desumana indiferença,
Por toda a esperança perdida,
Pelo abrir de um riso, por todo o bem, por toda a crença,
Sinto o meu viver humilhado,
Vejo o meu nada quase demasiado,
Que nem chega a ser pecado.
E o tédio em toda a amplidão
Cai sobre mim.
Adalgisa Nery, in: Revista Atlântico