sábado, 28 de dezembro de 2013

Vendo a noite

 Nik Helbig


Júpiter, Saturno.
De dentro de meu corpo
estou vendo
o universo noturno.

Velhas explosões de gás
que meu corpo não houve:
vejo a noite que houve
e não existe mais —

a mesma, veloz, em Troia,
no rosto de Heitor
— hoje na pele de meu rosto
no Arpoador.


Ferreira Gullar