Christian Schloe |
Entre mil dores palpitava a flor antiga,
quando o tempo anunciava um suspiro do vento.
Cada seta de sombra era um sinal de morte.
Lento orvalho embebeu de um consante silêncio
o manso labirinto em que a abelha sussurra,
o aroma de veludo em seus bosques perdido.
Hoje, um céu de cristal protege a flor imóvel.
Não se sabe se é morta e parada em beleza,
ou viva e acostumada às condições da morte.
Mas o vento que passa é um passante longíquo:
à flor antiga não perturba o exato rosto
sem esperanças nem temores nem certezas.
Pálido mundo só de memória.
Cecilia Meireles, In Solombra
quando o tempo anunciava um suspiro do vento.
Cada seta de sombra era um sinal de morte.
Lento orvalho embebeu de um consante silêncio
o manso labirinto em que a abelha sussurra,
o aroma de veludo em seus bosques perdido.
Hoje, um céu de cristal protege a flor imóvel.
Não se sabe se é morta e parada em beleza,
ou viva e acostumada às condições da morte.
Mas o vento que passa é um passante longíquo:
à flor antiga não perturba o exato rosto
sem esperanças nem temores nem certezas.
Pálido mundo só de memória.
Cecilia Meireles, In Solombra