quarta-feira, 4 de dezembro de 2013




Acordo no meio da noite, assombrado por sonhos com velhos amores, e fico repetindo no escuro palavras como: Gentileza, Perdão, Sabedoria, Bondade, Paciência. O dia começa a amanhecer, quando sento aqui e começo a escrever todas estas coisas que também amanhecem.
Depois abro Adélia Prado e leio: “a vida é tão bonita/ basta um beijo/ e a delicada engrenagem movimenta-se/ uma necessidade cósmica nos protege”. Depois durmo, certo de que ainda há muitas histórias para serem lidas, para serem escritas, para serem lembradas. Até para serem vividas, quem sabe?

                                         
 Caio Fernando Abreu
(Caderno 2, OESP, 5 de agosto de 1987)