quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Insisto num rosto efêmero

Renso Castaneda

 
Do outro lado do disfarce,
insisto num rosto efêmero.
A que punhal ou perigo me insinuo?
Sou o encontro adiado,
neste prenúncio de muros
ou de mãos indomáveis.
Quero, no reverso da névoa,
onde não dancei os sonhos,
um teatro de papel.
Diante da muralha da noite
ensaio as sombras sob as pálpebras
e altero o nome das cantigas
que me circulam no sangue, em sobressalto


Graça Pires, Conjugar afetos