quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A técnica do quadrado




São quatro os ângulos deste soneto,
que levo de uma a outra margem:
sem rima nem metro, balança in-
deciso entre folhas e nenúfares.

Com os remos do verso faço
avançar o barco da estrofe; e
quando chego a meio da imagem,
todos os reflexos se apagam.

Podes então pegar num terceto
e usá-lo, como um leque, para
que a respiração volte ao seu ritmo.

E se não souberes o que fazer
do fim, volta ao princípio e ouve,
no silêncio, a música das rãs.


 Nuno Júdice