terça-feira, 30 de julho de 2013




Eu sorria. Nada mais. De repente, porém, eu soube
Na profundeza do meu silênciao
Que ele me seguia. Como minha sombra, leve e sem culpa.
Na noite uma canção soluçou…
Os índios se estendiam, como serpentes, pelas vielas da cidade.
Uma harpa e uma Jarana eram a música, e as morenas sorridentes
eram felicidade.
Ao fundo, atrás do ‘Zocalo’, o rio cintilava
e escurecia, como
os momentos da minha vida.
Ele me seguia.
Acabei chorando, isolada no pórtico
da igreja paroquial,
protegida por meu xale de ‘bolita’, encharcado por minhas lágrimas.


Frida Kahlo, in
Cartas apaixonadas de Frida Kahlo