segunda-feira, 29 de julho de 2013

Lauri Blank


O amor às vezes ganha a terra
E finca suas raízes no chão

O amor aos poucos ganha pés e mãos
Ganha voz
Quando por fim chega sua vez

O amor se espraia e geme
Quando sobre ele derrama
O sol da manhã

E tudo ao redor floresce
Crianças crescendo diante dos olhos

O amor quando finca seus pés na terra
Descansa
Mesmo que a gente nunca não

O amor quando se fixa
Exala cheiro de café
Exala maio com suas meias de lã

E palavras macias como os lençóis
Da cama quase sempre desfeita

O amor tem seus segredos 
Que desvendamos enquanto a vida 
Passa

O amor suaviza a vista cansada
O amor modela o corpo
O amor precisa falar

O amor precisa dizer a que veio
O amor fornece mapas e senhas
O amor nos indica o caminho


Viviane Mosé