Lauri Blank |
O amor às vezes ganha a terra
E finca suas raízes no chão
O amor aos poucos ganha pés e mãos
Ganha voz
Quando por fim chega sua vez
O amor se espraia e geme
Quando sobre ele derrama
O sol da manhã
E tudo ao redor floresce
Crianças crescendo diante dos olhos
O amor quando finca seus pés na terra
Descansa
Mesmo que a gente nunca não
O amor quando se fixa
Exala cheiro de café
Exala maio com suas meias de lã
E palavras macias como os lençóis
Da cama quase sempre desfeita
O amor tem seus segredos
Que desvendamos enquanto a vida
Passa
O amor suaviza a vista cansada
O amor modela o corpo
O amor precisa falar
O amor precisa dizer a que veio
O amor fornece mapas e senhas
O amor nos indica o caminho
Viviane Mosé