quinta-feira, 13 de junho de 2013

Reminiscência



Na noite fria 
Tua voz quente 
expunha anseios tais, 
tinha um tal despudor, 
vinha tão nua, 
que minha boca sentiu desejos 
de vesti-la de beijos... 

Na noite fria 
tua voz quente 
errava, louca de destemor, 
pelos gelados e ermos espaços... 
E tive pena de tua fala... 
E abri minha alma para abrigá-la 
Na noite fria 
tua voz quente 
pediu tanto, 
chorava tanto... 
Que minha vida te dei, 
com a mágoa 
com que se lança 
velho tesouro às mãos travessas 
de uma criança 


Gilka Machado