terça-feira, 14 de maio de 2013

Sergey Karpenko


Entre a folha branca e o gume do olhar
a boca envelhece.

Sobre a palavra
a noite aproxima-se da chama.

Assim se morre dizias tu.
Assim se morre dizia o vento acariciando-te a
cintura.

Na porosa fronteira do silêncio
a mão ilumina a terra inacabada.

Interminavelmente.


Eugénio de Andrade 
Sobre a palavra , in Véspera da Água