domingo, 14 de abril de 2013

Teu Canto



Tu és tão sublime
Qual rosa entre as flores
De odores
Suaves;
Teu canto é sonoro
Que excede ao encanto
Do canto
Das aves.

Eu sinto nest’alma,
Num meigo transporte,
Meu forte
Dulçor;
Se soltas teu canto
Que o peito me abala,
Que fala
De amor.

Se soltas as vozes
Que podem à calma,
Minh’alma
Volver;
Minh’alma se enleva
Num gozo expansivo
De vivo
Prazer.

Donzela, esta vida
Se eu tanto pudera,
Quisera
Te dar;
Se um beijo eu pudesse
Ardente e fugace
Na face
Pousar.


Machado de Assis