sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013



Vinte e um. Noite. Segunda-feira. 
A silhueta da cidade na neblina. 
Algum desocupado inventou 
essa história de que há amor no mundo. 
E por preguiça ou por tédio, 
todos acreditaram nele e assim viveram: 
esperando encontros, temendo rupturas 
e cantando canções de amor. 
Mas a outros será revelado o segredo 
e sobre estes recairá o silêncio... 
Eu tropecei nele casualmente e, desde então, 
sinto-me como se estivesse doente. 


Anna Akhmátova, 
tradução de Lauro Machado Coelho