sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013





"Eu vim com pão azeite e aço;
Me deram vinho, apreço, abraço:
O sal eu  faço."

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"As estatísticas provam, que as estatísticas não provam nada."

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"Vossa Excelência chegou ao limite da ignorância e, no entanto, prosseguiu".

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Poeminha sobre o Tempo

O despertador desperta,
acorda com sono e medo;
por que a noite é tão curta
e fica tarde tão cedo?

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Você, que gosta de provérbios, e até segue os seus conceitos, cuidado! Eles andam muito poluídos:

- Nunca digas: "Desta água não beberei." Mas ferve antes.
- O que os olhos não vêem o coração não sente. Mas o intestino acusa.
- Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, desde que a galinha não seja alimentada de ração com aditivo químico.
- De lá pra cá muita bosta passou por baixo da ponte.
- Cão que faz cocô na praia não morde.
- Mais vale um pássaro voando do que dois na mão envenenados por monóxido de carbono.
- Devagar se vai ao longe, mas não com o reboco do Túnel Rebouças caindo na cabeça como acontece todo dia.
- Mata a cobra e mostra a lata de pesticida.
- Diz-me com quem andas e eu te digo se vais pegar aids ou não.
- Águas estagnadas não movem moinhos.
- De grão em grão a galinha morre intoxicada.

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A palavra é de ouro
O silêncio é de prata
A burrice é de chumbo
A canalhice é de lata.

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Fiquem tranquilos os poderosos
que têm medo de nós:
nenhum humorista atira pra matar.



Millôr Fernandes