terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Frustração




Amei o Amor, ansiei o Amor, sonhei-o 
uma vez, outra vez (sonhos insanos!)... 
e desespero haja maior não creio 
que o da esperança dos primeiros anos. 

Guardo nas mãos, nos lábios, guardo em meio 
do meu silêncio, aquém de olhos profanos, 
carícias virgens para quem não veio 
e não virá saber dos meus arcanos. 

Desilusão tristíssima de cada 
momento, infausta e imerecida sorte, 
de ansiar o amor e nunca ser amada! 

Meu beijo intenso e meu abraço forte, 
com que pesar penetrareis o Nada, 
levando tanta vida para a morte!...


Gilka Machado