Aquí estoy con mi pobre cuerpo frente al crepúsculo
que entinta de oros rojos el cielo de la tarde:
mientras entre la niebla los árboles obscuros
se libertan y salen a danzar por las calles.
Yo no sé por qué estoy aquí, ni cuando vine
ni por qué la luz roja del Sol lo llena todo:
me basta con sentir frente a mi cuerpo triste
la inmensidad de un cielo de luz teñido de oro,
la inmensa rojedad de un sol que ya no existe,
el inmenso cadáver de una tierra ya muerta,
y frente a las astrales luminarias que tiñen el cielo,
la inmensidad de mi alma bajo la tarde inmensa.
Pablo Neruda
***
Aqui estou com meu pobre corpo frente ao crepúsculo
que entinta de ouros vermelhos o céu da tarde:
enquanto entre a névoa as árvores escuras
se libertam e saem a dançar pelas ruas.
Eu não sei por que estou aqui, nem quando vim,
nem por que a luz vermelha do sol preenche tudo;
basta-me sentir frente a meu corpo triste
a imensidão de um céu de luz tingido de ouro,
a imensa vermelhidão de um sol que não mais existe,
o imenso cadáver de uma terra já morta,
e frente às astrais luminárias que tingem o céu,
a imensidão de minha alma sob a tarde imensa.
***
Aqui estou com meu pobre corpo frente ao crepúsculo
que entinta de ouros vermelhos o céu da tarde:
enquanto entre a névoa as árvores escuras
se libertam e saem a dançar pelas ruas.
Eu não sei por que estou aqui, nem quando vim,
nem por que a luz vermelha do sol preenche tudo;
basta-me sentir frente a meu corpo triste
a imensidão de um céu de luz tingido de ouro,
a imensa vermelhidão de um sol que não mais existe,
o imenso cadáver de uma terra já morta,
e frente às astrais luminárias que tingem o céu,
a imensidão de minha alma sob a tarde imensa.