segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sonnet 18



Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate.
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date.
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimmed;
And every fair from fair sometime declines,
By chance, or nature's changing course, untrimmed:
But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou ow'st,
Nor shall Death brag thou wand'rest in his shade
When in eternal lines to time thou grow'st.
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee.

 William Shakespeare

***


Poderei comparar-te a um dia de Verão?
Mais serena, tu és também sempre mais amável:
Os fortes ventos de Maio os brotos oscilam,
E o prazo do verão é sempre inconsolável:
Intenso demais às vezes, brilha o olho estelar,
E, não raro, se ofusca a luz de seu semblante,
Infausto, o encanto do encanto irá abdicar,
Por mera chance ou pelo destino inconstante;
Mas teu verão, eterno é e jamais morrerá,
E não hás de perder o encanto que possuis;
E sob a sombra da Morte tu não vagarás,
Pois em versos eternos tu e o tempo sois iguais:
Enquanto os olhos possam ver e o homem viver,
Vive este canto, e dar-te vida é o seu dever.