segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O suicida do amor

 Omar Ortiz


Nada contra quem toma decisões pelos dois dentro do relacionamento, natural antecipar pensamentos e atitudes, mostrar que conhece as aflições do par. Pressentir o mal-estar de nossa companhia é até uma delicadeza em alguns momentos (festa ruim, pressão familiar, impasses públicos).

O que não aturo é quem se separa para o bem dos dois.

Aquele que se vê no direito de dizer o que será bom ou ruim para a vida do outro. O profeta da porta, o adivinho da janela.

Não se separa por ele, por clara vontade, mas mente que é uma maneira de preservar os laços.

Aquele que é porta-voz do Ministério da Justiça do Amor e esclarece, com a voz mansa, de que será melhor assim, que a separação é o ideal para a alegria de ambos.


Fabrício Carpinejar