Fui jovem nas danças quando nos teus braços
respirei, no doce vazio que me deixava
entrar. E cantei. Não fales,
não digas nada se te resta algum segredo
na boca. Deixa-me ser triste,
a tristeza enrouquece-me e já não sei
se o amor é possível ou já caído.
Fui jovem nas danças.
Não digas nada, se acaso te resta
algum sabor nas bocas mais íntimas
do corpo. Deixa-me respirar
a flor efêmera que nada sabe
do seu mistério.
Casimiro de Brito