como um jardineiro que vai moldando
os espaços de beleza em uma casa antiga
vou escarpindo meus olhos sobre as vestes
do que despe uma manhã de sanidade pouca
num mundo em eterna convulsão
não sei de onde virão as palavras que
somam-se aos ventos no movimento das flores
que de tamanha volúpia e beleza disputam
presença com o hálito das formigas
são renais as pedras que cobrem o estrumo
de saberes mal digeridos e que a todo instante
bocejam com os impulsos do ar que movimenta
folhas espalhadas pela calçada
na espera de uma colheita que as removerá
como um entulho de uma beleza que nunca
espelha seus motivos
lau siqueira