quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Para nós, filósofos, não nos é dada a liberdade de separar a alma e o corpo, como faz o povo, e ainda menos diferenciar alma e espírito. Não somos rãs pensadoras, aparelhos de objetivar e registrar, de entranhas congeladas; temos de parir constantemente nossos pensamentos na nossa dor e dar-lhes maternalmente todo o nosso sangue, coração, fogo, alegria, paixão, tormento, consciência, destino e fatalidade que existe em nós. Viver é para nós transformar em luz e flama tudo aquilo que somos e também tudo aquilo que nos atinge; não podemos agir de outra maneira.
Friedrich Nietzsche, A gaia ciência, introdução.3.