segunda-feira, 28 de novembro de 2011



Que poema, de entre todos os poemas,
Página em branco?
Um gesto que se afaste e se desligue tanto
Que atinja o golpe de sol nas janelas.

Nesta página só há angústia a destruir
Um desejo de lisura e branco,
Um arco que se curve – até que o pranto
De todas as palavras me liberte.


Sophia de Mello Breyner Andresen