terça-feira, 8 de novembro de 2011



“... Durante uns tempos, ponderei as diferentes ocupações a que os seres humanos se entregam nesta vida, e fiz a tentativa de selecionar dentre elas as melhores. Mas não é necessário contar aqui a que pensamentos cheguei nessa altura, basta dizer que, pela parte que me toca, nada me pareceu melhor do que manter-me estritamente no meu propósito, ou seja, empregar todo o tempo de vida para desenvolver a minha razão e seguir, da maneira que eu tinha me proposto, no encalço da verdade. Pois os frutos, que eu já havia saboreado por essa vida, eram de tal ordem que, em minha opinião, nada mais agradável, mais inocente, se pode encontrar nesta vida; além disso, desde que recorri a este modo de ver, cada dia me levou a descobrir algo de novo, que tinha sempre uma certa importância e que de maneira nenhuma era do conhecimento geral. Por fim, a minha alma ficou tão cheia de alegria qe todas as outras coisas já nada lhe podiam fazer.”

Tradução do texto latino de Descartes (1ª. Edição de 1878)
(em substituição ao Prefácio in Humano, demasiado humano - Nietzsche)
Heloísa da Graça Burati