Tenho que escolher o que detesto —
ou o sonho,
que a minha inteligência odeia, ou
a ação,
que a minha sensibilidade repugna; ou a ação, para que não nasci, ou o sonho, para que ninguém nasceu.
Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas, como hei de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra.
Bernardo Soares, O livro do desassossego