quarta-feira, 14 de setembro de 2011



Só mal tocando as cordas
Da memória
Consegue o coração ressuscitar

Porque era este lugar
que eu precisava agora
como em deserto até
ao infinito,
e de repente,
uma gravidez imensa,
um cacto verde e limpo

Porque os olhos conhecem
estes sons
de dar à luz o vento
e são-lhe amantes
de tangível luz

Só mal tangendo as cordas
da memória
como estas flores
se tingem de alegria

Porque era neste azul
que eu me queria
como a rocha transpira
e se resolve
em mar.

Ana Luísa Amaral