Se tempo e espaço, como os sábios dizem
São coisas que não podem ser,
O sol que não percebe o seu declínio
Não é maior do que nós somos.
Então, por que Amor, imploraríamos
Para vivermos todo um século ?
A borboleta que só vive um dia
Viveu por toda eternidade.
As flores que te dei quando o rocio
Estremecia sobre a vinha
Murcharam antes que a abelha voasse
Para sugar a madressilva.
Que então nos deixem colher ainda
Sem lamentar sua agonia,
E embora sejam poucos os dias de amor
Deixemo-los ao menos ser divinos.
T. S. Eliot