segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Elzbieta Mozyro

pudesse contaminar o mundo,
ele o faria com mapas
e a dúvida cairia sobre tudo:

glória e joio indistintos na safra,
iguais — bênção e inferno,
o duplo ao nada se compara

em um mundo por mapas infecto;
a pedra une-se ao traço,
a mesma onda a onda e o deserto,

diferença não resta entre o espaço
de criar e o de ser,
criar explode os ventos em cacos

e os ventos tornam-se línguas, vê
que a dispersão os une,
vê: cantam algo como a surdez

e te lambem e te deixam nu e
te descobres um outro,
te dissolves nisto que refulge


ana rüsche