A mulher do fim do mundo 
Dá de comer às roseiras, 
Dá de beber às estátuas, 
Dá de sonhar aos poetas. 
A mulher do fim do mundo 
Chama a luz com assobio, 
Faz a virgem virar pedra, 
Cura a tempestade, 
Desvia o curso dos sonhos, 
Escreve cartas aos rios, 
Me puxa do sono eterno 
Para os seus braços que cantam.
Murilo Mendes
Murilo Mendes
