sexta-feira, 10 de junho de 2011

Livro Antigo




violetas secas entre páginas de livros
onde em tempos anunciaram o amargor da noite
e a umidade tremenda das insônias

o mar
o mar ao longe

debruça-se então para o interior do livro
lê qualquer coisa sobre o coração dos líquenes
ou deambula de sílaba em sílaba onde
os dedos se mancham de tinta e no cérebro
ergue-se uma planta de cinza noite adiante

fechou o livro ao amanhecer
era como se tivesse envelhecido séculos
com as violetas
fecha a persiana e adormece


AL Berto