Jon PAUL |
Compor um hino nas dobras do vento é o mesmo que escrever o teu nome numa folha branca e dizê-lo em voz alta até o sol raiar. É como erguer uma cidade nas cinzas da solidão e ter a certeza que sentes os meus pulsos inchados a minha boca exausta e todo o meu corpo coberto de arrepios. Escrever o teu nome no cimo da página e impedir que outros nomes se juntem é como tatuar no ombro o signo de uma tribo rara. Porque o teu nome é o teu nome. Ponto. Não é a letra morta dos cartões de visita. Nem mais um registo no computador. O teu nome tem cheiro, olhos, rosto, tem corpo e pele. Como é bom roçar-me na pele do teu nome quando falamos ao telefone! E se és tu que o pronuncias o teu nome cheira a canela. Eu amo o teu nome. Durmo com o teu nome. É com ele que faço amor todas as noites. Em pensamento sonhos ou escondido nas silvas. Quando te ausentas e estás tantas vezes ausente é ao teu nome que me abraço. E ao acordar digo bom dia ao teu nome antes mesmo de receber a primeira luz.
Alberto Serra