terça-feira, 26 de abril de 2011

Companheirismo

by Sally Rosenbaum

O poeta
não fica só,
pois tem sempre ligação direta
com a alegria.
Se a estrela brilha,
ele se ilumina
e se corre a chuva
fina e fria,
ele logo entra em sintonia
e gosta.
Se a lua já subiu
pelo barranco,
o poeta se desnuda
e beija o branco.
Tem sempre uma resposta
ao chamado do sol,
seu eterno namorado,
que deita irreverente
em seu jardim.
O poeta é assim:
um eterno acompanhado.
Mas, se um dia
ele ficar calado,
espera.
Não é que esteja sozinho:
deve estar aos pés de um passarinho
compondo o amanhecer da Primavera.


Flora Figueiredo