há, no rosto da mulher,
um lago de água escura
com um poço de areia ao fundo.
diz o poema que,
quem beber desta água,
se perde no deserto.
a pele é um tecido fino sob os dedos.
as pessoas,
ao primeiro toque dizem que é de seda,
mas não sabem que é ouro verdadeiro,
e vão de um beijo ao outro com muita pressa.
as pessoas não sabem quase nada.
e o poema cresce como um cabelo
na zona púbica.
alice macedo campos