quinta-feira, 21 de abril de 2011

Arantza SESTAYO 


E ouvirás em cada século que passa
um ruído que se perde no tempo;
e o último cometa que apenas passou ontem;
e os oceanos renovarem suas águas muitas vezes.
Verás várias constelações te enviarem seus raios e se extinguirem depois.
Confrontarás tua infância com a dos filhos do Sol.
Reconhecerás as estrelas que jogaram pedras
quando eras um simples homem nos caminhos da vida.
Recensearás como Abraão os astros que puderes contar.
Contemplarás a morte prematura das luas
e a vida misteriosa das estrelas.
Reconstituirás o jogo da criação e o trono da primeira mulher.
Avistarás centenas de milhões de eclipses se produzirem simultaneamente.
E centenas de milhões de labaredas em espiral subirem até o trono do Mestre.
E te lembrarás que eras um pobre esquimó entre o gelo da terra
e a última noite que te libertou do mundo.


Jorge de Lima